terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

“Gostem ou não, chegamos para ficar”, afirma Candy Pratts Price

por Veronica Deviá
Disponível em: FFW
©Fotosite
Conhecida como a “Rainha da Internet”, a diretora criativa da Vogue.com, Candy Pratts Price, é uma entidade quando o assunto é moda, redes sociais e jornalismo online. Em São Paulo à convite do FFW para acompanhar alguns desfiles do inverno/2011 no SPFW, ela fez uma palestra no MAM, no Ibirapuera, falando com firmeza sobre o papel das novas mídias: “Gostem ou não, nós chegamos para ficar”, disse. Candy falou por cerca de 30 minutos e após sua apresentação, respondeu a algumas perguntas da editora de moda do FFW, Camila Yahn, que em seguida abriu o painel para a participação do público.

Originária de Porto Rico, Candy cresceu em Nova York, cidade onde teve seu primeiro contato com a moda. Tornou-se designer e depois jornalista, acompanhando com fervor o crescimento da tecnologia. “Tenho iPods, iPads, iPhones, computadores. Compro uma coisa dessas ao menos uma vez por mês. Já não vivo sem, adoro usar: é como uma bolsa para mim e eu definitivamente me tornei uma cliente”, confessou.

Para Candy, o problema da internet é que ela exige que “nós sejamos o agora”. É importante mostrar tudo o mais rápido possível e, depois, fazer uma matéria mais aprofundada. Um não exclui o outro. Como exemplo, ela explica como funciona a redação do site durante as temporadas de moda: “É muito trabalhoso produzir o conteúdo quando estamos na Europa. Nossa equipe-base em Nova York fica online 24 horas, pois tem que receber os textos de Sarah Mower, as novidades sobre as festas de Hamish Bowles, as notícias de Andre Leon Talley e ainda subir todas as fotos, criar as manchetes, decidir a capa do site… Não é um trabalho fácil”.

Por conta disso, seu dia-a-dia é muito agitado. Candy não passa muito tempo só dentro da redação, pois acredita que a informação está fora do escritório. “Mesmo assim você precisa de uma  boa equipe, pois apesar de parecer fácil, várias decisões são tomadas diariamente no site. Tem que ver qual é a melhor foto, decidir as chamadas, fazer um trabalho de direção de arte, publicar tudo de forma que faça sentido. É um trabalho de curadoria”, explica.

Ela também abordou a questão sobre anúncios na internet. Para Candy, as marcas que não estiverem dispostas a investir  em plataformas online, estarão completamente desatualizadas.

Sorte dos blogueiros que estavam lá, que ganharam um conselho poderoso de Candy: “Para se diferenciar, vocês têm que prestar um serviço aos seus leitores e sempre publicar informações corretas. Muitas vezes não é o que acontece. No final, nós só lemos quem a gente confia”. Para Candy, os blogs tendem a expandir seu papel ainda mais. “Isso faz com que muito mais gente participe da conversa, gerando mais conhecimento”.

Apesar de acompanhar _e ser parte integrante_ da produção online, a diretora não consegue enxergar o desaparecimento do papel: “Cada mídia tem seu brilho. Assim como o rádio continuou com a invenção da televisão, o papel irá assumir outra função frente à internet”, explica. “Eu ainda adoro papel. Compro e leio livros de moda e arquitetura, e todas as noites ainda imprimo minha agenda antes de dormir”.

Candy atribui a importancia da internet à sua capacidade de conectar-se com o público, já que permite que mais pessoas participem de uma conversa que se estabelece nos sites e nas mídias sociais. “O retorno da informação é instantâneo, conseguimos conectar as marcas diretamente com o público”, conta. Ela reforçou, contudo, que a internet tem a virtude de ser mais rápida e ágil com as informações, enquanto as revistas, com mais tempo, assumem o papel de fazer análises e aprofundar-se nos assuntos.

Sobre o Brasil, a diretora não pensou duas vezes antes de soltar a expressão “is on fire”. “O público pode até pensar que a moda de vocês se resume a biquínis, mas suas coleções vão muito além disso e vocês estão na trilha certa, têm muito potencial”, afirmou.




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